A
LITERATURA E O CINEMA

contemporaneidade portuguesa. Não será de estranhar que Manoel de Oliveira tenha recorrido ao seu talento para transpor os seus livros para a sétima arte.
Essa colaboração inicia-se com o filme Francisca, em 1981, que completa a
"tetralogia dos amores frustrados", a partir do romance Fanny Owen.
Em 1993, Oliveira adaptou um outro livro, Vale Abraão, cujo nome é o mesmo do
filme. Constroem a imagem de um Douro de rituais vinhateiros e de desejos
imaginários e analisam a inevitável atracção que ele exerce sobre as
personagens. Nos dois olhares, o do cinema e o da escritora, projecta-se o
Douro das palavras, das imagens, dos planos narrativos e dos planos
cinematográficos. A crítica recebeu com agrado esta obra, tendo obtido com ela
vários prémios internacionais.
Mais tarde, Oliveira recorre de novo à escritora,
interessado pelo tema de Fausto, a tentação diabólica, a luta do bem e do mal.
Agustina apresenta-lhe o texto de O
Convento em 1994, a
partir do qual realiza um filme a que dá o mesmo título. Sendo o romance
publicado mais tarde com o título As
Terras do Risco.

Não terminando por aqui, ainda outros trabalhos foram
realizados em conjunto: Espelho Mágico,
O Principio da Incerteza, Inquietude e uma participação especial
enquanto "dama texto", em Porto
da Minha Infância. Manoel de Oliveira num colóquio em 2010, revelou estar
interessado em realizar um outro filme baseado na obra A Roda da Noite da sua estimada amiga e escritora Agustina
Bessa-Luís.»
Universidade Lusófona
do Porto/ 3º Ano Comunicação Audiovisual e Multimédia, “Os fimes”, Multiplex, Imagens em movimento, arte e
ensaio [consult. em 04-10-2014] Disponível em: <http://multiplex.ulp.pt/ma.html >
Consulta realizada no âmbito do Projeto de Animação Comum de 2014/2015.