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UMA MORTE SEM REMORSOS

E@D – NOTÍCIAS DO AGRUPAMENTO
  Na senda do estudo do episódio lírico e dramático intitulado “Inês de Castro”, de Luís de Camões, os professores de Português, no âmbito do ensino à distância, orientaram os seus alunos para a construção de textos alusivos ao tema. 
  Muito nos apraz divulgar aqui algumas produções literárias da autoria de alunos do 9º ano que escolheram o episódio dos amores infelizes de Pedro e Inês para exprimir as emoções e os sentimentos suscitados pela leitura e interpretação do referido texto.

  Uma morte sem remorsos

     Naquela manhã fria de inverno, D. Pedro acabava de chegar ao castelo. Estava radiante, pois sentia-se ansioso por ver a sua amada Inês de Castro, mal ele sabia que a pobre coitada havia sido assassinada a mando do seu próprio pai, D. Afonso IV. Entrando no castelo, D. Pedro bem que estranhou os olhares, porém, ele já estava habituado a olhares de desaprovação pelo seu romance com uma castelhana, todavia aqueles olhares eram diferentes, ele até diria que havia um pouco de pena e mal-estar bem lá no fundo. Então, dirigiu-se ao lugar secreto onde sempre se encontrara com a sua bela amada.
     Aí, D. Pedro estranhou a ausência da dama e foi à sua procura. Depois de a procurar e aos seus filhos por longo tempo, apercebeu-se de que algo não estava certo, de que algo possivelmente teria acontecido. Já furioso, pressentindo no seu coração o sinal da tragédia, dirigiu-se à sala do trono e, gritando com o rei, indagou:
   - Onde estão Inês e os meus filhos? Que lhes fizestes?
    - Eles eram um problema que já foi resolvido. – respondeu friamente D. Afonso IV, sem remorsos.
   - Um problema? Eram vossos netos e a mulher que eu amo! – clamou D. Pedro dolorosamente e com uma angústia enorme.
    - Bastardos! – vociferou D. Afonso IV - Bastardos que nos poderiam dar muitas dores de cabeça! - completou o rei.
     Com aquelas palavras cravadas no peito como uma adaga, D. Pedro jurou então a sua vingança.

                                                                                            Daniela Torres, 9ºB



Justiça à Morte de D. Inês de Castro

   Ali estava o rei D. Afonso IV, mais uma vez a ser pressionado pela corte, sem saber como iria acabar com o amor do seu filho, D. Pedro, pela sua apaixonada Inês de Castro. Ocorreu-lhe, então, a terrível ideia de a mandar assassinar. D. Pedro, sabendo que o seu pai era contra esse amor inabalável e que era bem capaz de fazer tudo para separar os dois, quando recebeu a notícia que a mãe dos seus três filhos acabara de ser assassinada, foi de imediato ao encontro do seu pai.
     D. Pedro abriu com toda a força as portas pesadas de madeira castanha, da sala onde o seu pai costumava estar com os seus conselheiros e perguntou-lhe em tom grave, de acusação:
   - Que lhe fizeste?
   - Como assim? -respondeu o rei impávido.
   - Não finjas que não sabes do que estou a falar… Que fizeste a Inês? Vamos, responde!
   - Tu já sabias que não podiam ficar juntos, por bem da estabilidade do reino e da paz com Castela. Não vais ficar assim por mais uma namorada, pois não? – ironizou D. Afonso IV.
   - Ela não era minha namorada, era a minha mulher! A mãe dos meus filhos!.... Dos teus netos! A ti, o que importa é a continuação da nossa linhagem e o que a corte pensa! Não és digno de te chamar pai! És monstruoso! – gritava dilacerado D. Pedro.
   - Basta! Eu sou o rei, o teu pai, e tu deves-me o respeito! Tinha de ser feito! – esclareceu o rei severamente.
     D. Pedro abalou destroçado, louco de indignação, e prometeu vingar-se ferozmente. E assim foi, em 1357, quando assumiu a coroa, mandou prender e matar os assassinos de Inês, impôs o reconhecimento da sua amada como rainha de Portugal, fazendo justiça impiedosa.

                                                                                 Érica Ferreira, 9ºB