#EstudoEmCasa@ AEMO PNL PNC INTERNET SEG. SEGURANET INFOPÉDIA RTP Ensina Visiokids

.

Endereços-Envio de notícias/trabalhos:

JORNAL-Envio de notícias/trabalhos: noticiasfrescas@avmanoeloliveira.pt Vê AQUI A ÚLTIMA EDIÇÃO

Zeca Afonso (1929-1987)

 Zeca Afonso foi um cantor e compositor português e faleceu há 34 anos. 


Zeca Afonso nasceu em Aveiro, mas devido ao trabalho de seu pai viveu a sua infância em Angola e Moçambique. De regresso a Portugal, frequentou o liceu e a universidade de Coimbra. Aí destacou-se como cantor da 'canção de Coimbra', chegando a gravar um disco de fados de Coimbra. Faz algumas viagens com o grupo da Tuna da Universidade de Coimbra. Depois começa a trabalhar como professor, casa e tem filhos. Ao ser deslocado para o sul do país para lecionar, Zeca Afonso tem contatos com personalidades que se começavam a insurgir contra o regime salazarista. Vai publicando discos e fazendo digressões, divorcia-se e volta a casar.  Entretanto, termina a sua licenciatura, em 1953, com uma tese sobre jean-Paul Sartre, intitulada Implicações substancialistas na filosofia sartriana.

Zeca Afonso dedica-se à música e as letras das suas canções abrangem temáticas políticas e torna-se um símbolo de resistência democrática.

Entre 1962 a 1968 em que Zeca inicia o seu período musicalmente mais rico, criando as primeiras músicas de intervenção. 



Em 1971, edita Cantigas do Maio, no qual surge Grândola Vila Morena, que acaba por interpretar pela primeira vez num concerto celebrado a 10 de Maio de 1972 na residência universitária Burgo das Nações, hoje Auditório da Galiza, em Santiago de Compostela. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP Eu vou ser como a toupeira. Em 1973, canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum Venham mais Cinco. Ao mesmo tempo, começa a dedicar-se ao canto, e apoia várias instituições populares, enquanto que continua a sua carreira política na Liga de Unidade e Ação Revolucionária.



Entre abril e maio de 1973 esteve detido no
 Forte-prisão de Caxias pela PIDE. É nesse período que conhece o seu amigo e guitarrista, um jovem estudante de Medicina, Rui Pato, com quem grava 49 temas e percorre todo o país em dezenas de espetáculos em coletividades operárias, associações de estudantes, cineclubes, por toda a parte onde era chamado para utilizar a sua canção como arma contra a ditadura salazarista. Durante esse período, sempre delegou o acompanhamento e os arranjos das suas músicas a Rui Pato.

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, acentua a sua defesa da liberdade, tendo realizado várias sessões de apoio a diversos movimentos, em Portugal e no estrangeiro; retoma, igualmente, a sua função de professor. Continuou a cantar, gravando o LP Coro dos Tribunais, ao mesmo tempo que se envolve em numerosas sessões do Canto Livre Perseguido, bem como nas campanhas de alfabetização do MFA.  A sua intervenção política não para, tornando-se um admirador do período do PREC.  Em 1976, declara o seu apoio à campanha presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho. 

Os seus últimos espetáculos terão lugar nos coliseus de Lisboa e Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano, é-lhe atribuída a ordem da Liberdade, mas o cantor recusa a distinção.

Em 1985, é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, no qual, devido ao estado da doença, Zeca não consegue interpretar todas as músicas previstas. O álbum acaba por ser completado por José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto, e Luís Represas. 

José Afonso viveu os seus últimos anos de vida em Vila Nogueira de Azeitão, perto de Setúbal, com a sua companheira Zélia.

Faleceu em 23 de fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às três horas da madrugada.





Os poemas das suas canções contêm valor literário que aqui lembramos:


Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será pra ti
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
     
Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
   
Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
   
Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme quinda à noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô