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Descarrilo… mas com razão!

        
Estou na sala de aula. A professora começa a distribuir as folhas de papel branco com enigmas desafiantes, impressos a toner negro. Pego na minha pena moderna de tinta azul e faço um pequeno tornado para formigas, balançando-a com os meus dedos. Começo a recorrer à minha massa cinzenta na tentativa de resolver os problemas que me propõem. A névoa das memórias começa também a fluir: as crianças que riram maldosamente da minha pacata aparência; o rapaz cuja mente não divague por mim; a progenitora que não enxerga os meus tristes espelhos da alma. A chuva, lá fora, começa a tornar-se interessante…; calmante, até.

         “O que se passa? O que tens? Qual é o problema?”, tudo passou a soar como o vento; e eu não me importo com o vento. Como é que vozes do mesmo timbre que eu me poderiam ajudar (não que sejam dispensáveis, mas, naquele momento menos precisas)? Se ao menos tivessem um pouco mais de experiência… E os que têm… Ah, esses! “Coisas da adolescência!”, dizem. E até que os entendo; mas por estas paragens já eles passaram, também… Deveriam entender-nos melhor do que ninguém!

         O comboio está acelerado! Vai abrandar, eventualmente…; mas o “entretanto” inquieta-me. Um maquinista experiente deve ser contratado por sua própria iniciativa (ou, se não houver tanta sorte, devemos solicitar um) para o comboio não descarrilar, enquanto não chega a Maturidade. Uma cidade que tende a ficar cada vez mais perto a cada apitadela; quanto mais a exploramos, maior ela fica… Alguns percebem isso tarde de mais e perdem-se entre algum beco escuro e uma avenida deserta.

         Nós somos apenas comboios selvagens! Se um maquinista não nos ajudar a reparar os danos do nosso motor e nos orientar pelos carris corretos, avariar-nos-emos. Confesso que muitos são selvagens de mais para serem domados, mas algumas rotas estão traçadas desde cedo; porém, com alguma dedicação, a máquina mais decadente pode voltar a andar (quem sabe…?). Mas eu não quero contar apenas com a esperança! Quero um dia ser também maquinista!

         O apito final soa e a atenção desperta. A professora recolhe os nossos conhecimentos escritos, de imediato; os meus ficaram apenas na cabeça, desta vez. Depois de toda a meditação, acabei por descarrilar um pouco, não é? Quero ser encontrada por um maquinista, quero encontrar um maquinista (por mais estranho que possa parecer…)! O “entretanto” inquieta-me, contudo, continuarei a minha jornada esplendorosa (ou talvez não…) com uma companheira, ainda pequena: a vida. 

 

                                                                Catarina Rodrigues, nº5, 9ºB